4 de julho de 2007

Relevância



Em uma das últimas edições, a revista Veja trouxe na sua capa os evangélicos. Desta vez, com a sugestiva manchete: A Nação Evangélica; não apontava escândalos nem tentou denegrir a imagem dos evangélicos. A reportagem procurou enaltecer as qualidades positivas dos evangélicos, mas o tema foi a força numérica e estatística dos mesmos. A maioria da população, inclusive os evangélicos, deve estar se perguntando: o que realmente significa ser evangélico? Como podem os evangélicos deixar de ser apenas números de votos e se tornarem relevantes para a sociedade e para a nação brasileira?

Os evangélicos não devem se empolgar tanto. O desafio que temos é apresentar o evangelho à nossa nação de tal forma que seja evangélico e contemporâneo, autêntico e atrativo, verdadeiro e relevante.

Infelizmente, o evangelho tem sido traído, porque temos ouvido com exagerada importância a onda pós-moderna e os meios de comunicação, em vez de ouvirmos a Palavra de Deus.

A busca por relevância tornou-se tão forte que nós nos sentimos impotentes, ao ponto de sentirmos que temos que nos curvar diante dela, mesmo que o preço seja altíssimo. Nos submetemos a esse tipo de pressão no mundo dos negócios, onde quem determina o produto da empresa são os marqueteiros, ao descobrirem o que vão vender para cada público específico. Às vezes parece que o mercado também impõe suas regras para a igreja.

Nós evangélicos brasileiros, em muitas situações, cedemos ao espirito pós-moderno e nos tornamos escravos da ultima onda e até mesmo idólatras, dispostos a sacrificar a verdade a favor do crescimento numérico Então a busca do crescimento numérico e da relevância política e social, acaba se degenerando, e transformando-se em uma obsessão por popularidade.

O outro extremo da irrelevância é a acomodação covarde e inescrupolosa ao "espirito da época".

Ser evangélico às vezes é ser contra e às vezes é estar em acordo. Ser evangélico é sempre correr riscos.

Vivemos num mundo beligerante, e parte das vezes hostil. Somos constantemente chamados e pressionados a entrar no esquema mundano. A Palavra de Deus nos exorta a uma firme e santa não-conformação e as advertências para quem cede ao mundanismo são seríssimas.

Deus disse ao seu povo depois do Êxodo: "Não fareis segundo as obras da terra do Egito, em que habitastes, nem fareis segundo as obras da terra de Canaã, para a qual eu vos levo, nem andareis nos seus estatutos. Fareis conforme os meus juízos e os meus estatutos guardareis, para andardes neles".(Lv.3:4). Apesar disso o povo disse a Samuel: "Constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações". (II Sm. 8:5). Mais tarde os profetas tiveram que repreender o povo pela idolatria, dizendo: "Sereis como as nações, como as outras gerações da terra, servindo ao madeiro e à pedra?" (Ez. 20:32 ).

O mesmo ocorreu na época de Jesus apesar dos mandamentos serem muito claros: "Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes". (Mt.6:8). "E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".(Rm.12:2). A tendência do povo de Deus era comportar-se como os não cristãos, até que nada mais os distinguissem nas suas convicções, valores e padrões. Graças a Deus, sempre houve alguns cristãos que permaneceram firmes, às vezes solitárias, recusando-se a comprometer-se com as promessas vindas do mundo. O evangelho contem certos aspectos que serão sempre estranhos a esse mundo que vivemos. Ele sempre parecerá loucura para muitos.

A cruz sempre será uma agressão à justiça própria e sabedoria dos homens . Essas são algumas razões pelas quais a igreja não se torna relevante simplesmente porque tem nas suas estatísticas um grande numero de membros, quando elogiada pelo mundo, nem quando faz adaptações vergonhosas motivadas pela covardia ou pela necessidade de crescer numericamente. A igreja se torna relevante e a comunicação evangelho é autêntica quando a igreja se torna indistinta do mundo porque a igreja foi chamada para ser luz nas trevas.

Por Naamã Mendes

ipimaringa@ipimaringa.org.br

Um comentário:

Unknown disse...

ninoooooo... ATITUDE SÉRIA É ESTAR DE SENTINELA ATUALIZANO BLOG NÉ???

bOCA DE DEUS

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