3 de junho de 2009

Há virtude em xingar alguém?

 

O_Grito_da_Alma_by_ProudOfBeingStrange copy

Sabe aqueles dias em que você está "pé da vida", por que alguma coisa deu errado? E as suas emoções estão estouradas, e qualquer coisa e motivo para expo-las pra fora. Eu refleti sobre o quanto se tornou inconveniente utilizar alguns palavrões para expressar idéias e sentimentos em minhas falas.

O tal “Espírito de Pastor”, citado pelo Sandro Baggio, pressiona todos aqueles que estão diretamente envolvidos em funções pastorais a renunciar o uso de expressões chulas e ofensas dirigidas diretamente a pessoas. Claro que, devido à exposição pública que todos os envolvidos no ministério possuem, não seria prudente criar polêmica defendendo o uso de palavras frívolas (Mateus 12:36). Mas muitas vezes vejo que ao utilizamos outros elementos lingüísticos para contornar tais limitações geradas pela expectativa que outros possuem a nosso respeito, cometemos assassinatos morais muito piores do que o uso de um simples “vai se f****”. Xingar não seria o correto. Mas às vezes poderia ser menos danoso. Não venho aqui defender as palavras vãs das quais Paulo falou “Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira; nem deis lugar ao Diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tem necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas ó a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.(Efésios 4:25 a 29)”…  A ironia é um dos artifícios lingüísticos comuns que mata mais do que xingamentos. Aquele que xinga, deixa explícito quais são suas intenções e sentimentos. Não está preocupado em ter a razão. Xingar é deixar claro que a emoção está momentaneamente falando mais alto do que a razão. Mas aquele que se utiliza da ironia, recusa-se terminantemente a reconhecer sua falibilidade. Esta presunção de estar certo, além de geralmente deixar cadáveres espalhados por todo o caminho, também contamina o próprio coração.

Questiono o que seja “vencer” uma argumentação quando o debate culmina no extermínio do outro. Não seria mais prudente às vezes perder propositalmente, deixando explícito que a unidade do Espírito no vínculo da paz é mais importante que qualquer outra coisa? Tenho a convicção de que jamais nos foi exigido concordar em todas as questões, pois obviamente Deus não concorda com boa parte das coisas que o melhor de nós pensa e, mesmo assim, não o descarta?

Na dúvida, prefira expor sua ira, para que ela possa ser verdadeiramente momentânea.

“Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo.” (Efésios 4:26-27)

Esse texto me baseie em uma ministração da qual eu havia chegado com muita ira e havia xingado bastante, mas como não existe pessoas perfeitas eu me vi, aparado pela graça e por saber que minha raiva era momentânea e não fico e nem gero raiz dentro de mim.

 

Soli Deo Gloria

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